segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Pi


 Em seu primeiro filme, o diretor Darren Aronofsky já apresentava uma certa tendência a roteiros surreais, com ideias tão originais e inimagináveis que acabaram se tornando sua marca registrada.
 Pi conta a história de Max, um gênio da matemática que busca descobrir a numeração completa do pi e consequentemente começa a ser perseguido por acionistas e religiosos, que acreditam, cada um a seu modo, que a transcodificação desse número representa um padrão que tratá de certa forma poder ilimitado a quem o possuir.
 Quem já assistiu a outros filmes do Aronofsky, como os excelentes Mãe (2017) e Cisne negro (2010), sabe que a ambiguidade da narrativa é algo comumente utilizado em seus filmes e Pi segue por esse mesmo caminho. O apartamento de Max parece ser a forma metamorfoseada de sua mente, que de tão abarrotada de números e instrumentos de pesquisa, mal possui lugar para caminhar ou fazer qualquer outro tipo de atividade. O que "todos" sabemos é que a ideologia por trás de pi é muito parecida com a sequência de Fibonacci, a ideia de que tudo é matemática e que o pi é a perfeição em meio ao caos, mas o que acontece no filme é muito parecido com o mundo moderno. Enquanto o mundo busca poder, Max busca conhecimento e satisfação pessoal, mas o sistema societário sempre anda a procura de como corromper ideais pessoais em projetos financeiramente ambiciosos, o que trará à Max transtornos maiores dos que ele já enfrenta.
 Obs: Se você não entende nada sobre as teorias do pi e de Fibonacci imagino que a compreensão da história do filme seja um pouco mais complicada, sendo que mesmo pra quem conhece as teorias a história não é fácil, mas o filme vale o esforço da provável dificuldade de compreensão que ele causará.

Direção: Darren Aronofsky
Ano: 1998
País: Estados Unidos
Minha nota: 8/10


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