sábado, 22 de julho de 2017

Bonnie and Clyde - Uma rajada de balas


  As revoluções ideológicas ocorridas nos anos 60 influenciaram radicalmente o modo de se fazer cinema até então conhecido. A nouvelle vague francesa, o neo-realismo italiano, Bergman e Kurosawa inovavam o cinema mundial, e para evitar a falência de grandes estúdios, os EUA resolveram dar abertura a novos diretores, e Bonnie e Clyde foi o carro-chefe da nova Hollywood.
 Um dos filmes mais influentes da história marca também a melhor fase cinematográfica americana, que para competir com toda a nudez e sensualidade dos filmes europeus trouxe umas das suas características mais marcantes, a violência gráfica. 
 Baseado na história do casal Bonnie Parker e Clyde Barrow, que aterrorizaram os EUA nos anos 30, o filme mostra desde o momento que o casal se conhece, até o trágico desfecho de suas vidas. A queda do conservadorismo no cinema americano fica evidenciada pela simpatização dos bandidos e eternizada pela frase de Bonnie: Nós roubamos bancos. Há algo errado nisso?
  
 Destaque:

  • A cena final, uma das melhores e mais inesquecíveis cenas do cinema. 

 Direção: Arthur Penn
 Ano: 1967
 País: Estados Unidos
 Minha nota: 9/10 



quarta-feira, 12 de julho de 2017

Grave - Raw



 Justine, que vem de uma família de veterinários vegetarianos, acaba de entrar na faculdade, e um dos primeiros trotes como "bixo" é comer carne crua. O que Justine não esperava é que seu contato com carne despertasse um desejo até então desconhecido, que vai se tornando cada vez mais incontrolável.
  Com fama de fazer as pessoas passarem mal no cinema, esse filme é inegavelmente pesado, no sentido mais gore possível. Mas não o assista com o intuito de ver um filme trash, Grave foi belissimamente bem produzido, tem uma linda fotografia cheia de luz, que contrasta com o vermelho sangue e traz um realismo que estranhamente dá um ar natural as cenas mais sanguinolentas.
  Com inúmeras teorias sobre suas metáforas, Grave é um filme com muita subjetividade, que representa (muito bizarramente aliás) a transformação que Justine passa para alcançar o mundo adulto. O filme é muito mais sensitivo do que hipotético, então assista com mais sensibilidade e menos teorias, por que "grave" são os danos que ele causará no seu sistema nervoso.

 Destaque:

  • A diretora Julia Ducournau conseguiu construir uma mistura de cenas realista com um tema surreal, que de tão kafkiano nos deixa em um estado de total perplexidade.

  Direção: Julia Ducournau
  Ano: 2016
  País de origem: França e Bélgica 
  Minha nota: 9/10