quarta-feira, 22 de julho de 2020

Fome de viver - The hunger


 Imortais que precisam de sangue para sobreviver. Em Fome de viver o termo vampiro e todos estereótipos a eles relacionados são esquecidos, o que o filme apresenta são inusitados seres elegantes e estilosos da alta sociedade de Nova York dos anos 80.
 Miriam (Catherine Deneuve) e seu amante John (David Bowie), se não fosse pelo fato de caçarem humanos em casas noturnas e prostíbulos para se alimentarem de seu sangue, poderiam parecer um apaixonado e sexy casal burgues, que vive tranquilamente em sua refinada mansão. A tranquilidade do casal é afetada quando John, repentinamente, começa a envelhecer de forma extremamente rápida. Os dois, separadamente e sem o conhecimento do outro, procuram a cientista especialista em envelhecimento acelerado Sarah (Susan Sarandon), que afirma que o envelhecimento é uma doença, o que Sarah desconhece é que a cura está a seu alcance de uma forma que ela jamais imaginou.
 Toda a originalidade desse cultuado filme é um conjunto de vários componentes que foram utilizados na medida certa, criando um visual surpreendentemente único. Uma fotografia cheia de sombras e meia luz, cortes rápidos nas cenas de violência gráfica, a semelhança da montagem de videoclipe e toda a poesia visual gótica fez esse filme ser o preferido de 9 a cada 10 fãs de Bauhaus.
 Infelizmente a maioria das pessoas só lembram de Fome de viver pela cena de sexo da Catherine Deneuve com a Susan Sarandon, mas o filme vai muito além disso. Antes de dirigir clichês de Hollywood, Tony Scott fez essa obra singular, que esbanja originalidade em meio a um trio de atores que por si só já valeria a minha atenção.

Direção: Tony Scott
Ano: 1983
País: Inglaterra
Minha nota: 8.5/10



segunda-feira, 6 de julho de 2020

A menina que morava do outro lado da rua - The girl who lives down the lane


 A adolescente Rynn (Jodie Foster) e seu pai se mudaram da Inglaterra para uma pequena cidade canadense há poucos meses mas já despertam o interesse dos habitantes locais por suas excessivas discrições. Rynn estuda em casa e raramente é vista na cidade, já seu pai, que é poeta, passa os dias em seu escritório e nunca é visto por ninguém. Os residentes ainda desconhecem o fato de que Rynn esconde um terrível segredo, no entanto quanto mais dias passam, maior e mais difícil fica esconde-lo de todos.
 A menina que morava do outro lado da rua expõe temas como pedofilia, emancipação e sexo diante de uma personagem de 13 anos, o que certamente o tornaria dificílimo de ser produzido em dias atuais (mas quem lembra da Jodie Foster em Taxi driver sabe que os anos 70 eram cinegraficamente muito pesados), porém são esses fatos que o tornam interessante, pois diante deles conseguimos ver que a vida de Rynn não seguiu o caminho que ela e seu pai planejaram, e como Rynn contornará essas adversidades são o tema central do filme.  
 Eu sempre digo que alguns filmes poderiam ter menos tempo de duração mas esse é um dos poucos casos que ocorre o contrário, o filme poderia ter pelo menos 15 minutos a mais, ele apresenta um bom desenvolvimento de todos os personagens mas eu fiquei com a impressão de que eles poderiam nos apresentar um pouco mais de sua personalidade.

Destaque:

  • As atuações da Jodie Foster, com 13 anos na época, e do Martin Sheen são excelentes.

Direção: Nicolas Gessner
País: Canadá
Ano: 1976
Minha nota: 8.5/10