Buñuel novamente mostra o sentido literal do surrealismo e volta a atacar o alvo constante de seus filmes, a burguesia. Porque se 10 anos depois ele ironicamente nos apresenta "seu discreto charme", agora ele o disseca, retratando o lado por trás da máscara da moral e dos bons costumes.
Um grupo de aristocratas é convidado para um jantar, e após diversas situações incomuns eles percebem que inexplicavelmente não conseguem sair do local. Com o passar dos dias as aparências são esquecidas, e todos começam a mostrar o que realmente são.
Eu já ouvi muitas interpretações diferentes sobre este filme, pra mim Buñuel escancara o que Nietzsche fala em seu livro Humano, demasiado humano, que os valores morais foram feitos para falsamente nos domesticar, para nos fazer fingir que não somos animais. Mas seguindo a ideia de que a definição de surrealismo é ir além dos limites da lógica e da razão e expressar o inconsciente e os sonhos, então a perspectiva é diferente a cada um que o assiste.
Veja essa inimaginável história (que supostamente foi dada a Buñuel por Gil Pender) e tire suas próprias conclusões.
Direção: Luis Buñuel
Ano: 1962
País de origem: México
Minha nota: 8.5/10