quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Disque M para matar - Dial M for murder

  


 O crime perfeito, Hitchcock os criava apenas para mostrar que eles só existem nos livros, pois a vida real é cheia de eventualidades do acaso, que interferem causando deslizes nos aparentemente impecáveis delitos.
 Um ex-tenista profissional casa-se por interesse com uma mulher rica, interpretada pela deslumbrante, extremamente charmosa, belíssima e que tinha o sorriso mais fofo de Hollywood, Grace Kelly. Ele decide mata-la após perceber que a esposa já não o ama e que está tendo um caso amoroso com um escritor famoso, pois assim ele receberia toda sua fortuna. Ele elabora um "crime perfeito", chantageando um ex-colega de faculdade para assassina-la, mas nem tudo sai como planejado, e o crime perfeito transforma-se em um crime ainda mais perfeito do que ele havia planejado.
 Quando o assunto é Hitchcock as opiniões sempre se dividem, tem gente que acha que seus filmes são datados, que todos tem a mesma fórmula e que ele era um babaca, mas pra mim ele ainda é o mestre do suspense. Muitos filmes nos emocionam, nos fazem rir, nos deixam com medo, mas poucos nos fazem ficar tensos, torcendo pelos personagens, com a mão no peito, gritando para a tv: "não entra aí, idiota". A aflição causada pelo suspense é o resultado de que a direção acertou no resultado final do filme e não existe um diretor que acertou mais nesse quesito que o Hitchcock. 
 Disque M para matar foi considerado pelo seu próprio diretor um dos filmes insignificantes de sua filmologia, o que é estranho é que ele é considerado pela critica uma de suas obras primas, para mim ele é um de seus três melhores filmes, junto com Janela indiscreta (que também tem a Grace Kelly) e Festim diabólico (que não tem a Grace Kelly mas a história é ótima).

Destaque:
  • Hitchcock tinha uma famosa obsessão por enquadramentos de câmeras (e por degraus) e em Dique M para matar, que é um filme com muitos diálogos constantes, a importância dos enquadramentos é extrema. Se não houvesse uma dinamicidade nos enquadramentos o filme provavelmente se tornaria monótono por se passar dentro de um apartamento e não ter quase nenhuma cena de ação, e isso o tornaria só mais uma boa história que caiu nas mãos do diretor errado.
Direção: Alfred Hitchcock
Ano: 1954
País: EUA
Minha nota: 9/10


2 comentários:

  1. Esse é um daqueles filmes que a gente sempre quer ver mas é dificil achar. Obrigado. Sugiro se possivel Os sete samaurais, Dersu Uzala, Rashomon de Akira Kurosawa

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    1. Alguns filmes do Kurosawa estão na minha lista de filmes para postar no Nostromo faz tempo. Acredito que no mês que vem eu terei mais tempo para organizar o blog e então eu irei posta-los.

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