segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Z





 Tem cara de Brasil mas aconteceu na Grécia, não aquela mitológica que todo mundo conhece, mas a Grécia que vive no meio de uma Europa que nunca deixou de ser conturbada politicamente. Z deixa bem dividido os lados que amenizadores tentam não classificar como direita e esquerda, mas aqui não existem meios termos.
  O filme conta a história de um fato ocorrido em 1963, em meio a ditadura militar grega. Ele narra a investigação sobre o atropelamento que causou a morte de um político esquerdista, que vinha ganhando notoriedade entre a população. A investigação afirma o contrário do que obviamente foi declarado, o atropelamento não foi um mero acidente.
 Os filmes do diretor Costa-Gavras são marcados por denúncias políticas, mas em Z a liberdade foi agredida de uma forma que nos faz refletir que nós, que também vivemos em um país facilmente influenciável, podemos constantemente entrar e sair do governo de Anakins impositores, que só colocam a máscara de Vader depois de empossados, e apesar da metáfora utilizando um governo fictício, Z não poderia ser mais realista, nele a esquerda é comparada a um fungo, que precisa ser eliminado antes que se espalhe, nele a esquerda foi difamada e desrespeitada, a esquerda em Z caiu, mas na vida real nós, desde séculos atrás e até agora ainda estamos aqui e sempre continuaremos em pé.
  O filme ganhou o Oscar e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e adivinhem em qual país, que também estava numa ditadura militar, ele foi proibido? Nos créditos inicias do filme é mostrada a frase "qualquer semelhança com eventos reais ou pessoas vivas ou mortas não é casual, mas intencional." É como eu disse, ocorreu na Grécia, mas é impossível não notar que tem cara de Brasil.

 Direção: Costa-Gavras
 Ano: 1969
 País: França e Argélia
 Minha nota: 9/10


2 comentários:

  1. Muito obrigado! Sempre quis ver esta obra-prima, que apesar de ter um viés de esquerda, (que é até compreensivel para época ser de esquerda, por não termos tanta informação como hoje) nos mostra como aquele jogo do do poder e da intolerancia, pode ser ainda mais sujo que possamos imaginar.

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    1. Olá novamente Cleiton. Z é um dos filmes menos assistidos do blog então fico muito feliz que outras pessoas (mesmo que poucas), assistam e apreciem essa obra prima.

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