Tem cara de Brasil mas aconteceu na Grécia, não aquela mitológica que todo mundo conhece, mas a Grécia que vive no meio de uma Europa que nunca deixou de ser conturbada politicamente. Z deixa bem dividido os lados que amenizadores tentam não classificar como direita e esquerda, mas aqui não existem meios termos.
O filme conta a história de um fato ocorrido em 1963, em meio a ditadura militar grega. Ele narra a investigação sobre o atropelamento que causou a morte de um político esquerdista, que vinha ganhando notoriedade entre a população. A investigação afirma o contrário do que obviamente foi declarado, o atropelamento não foi um mero acidente.
Os filmes do diretor Costa-Gavras são marcados por denúncias políticas, mas em Z a liberdade foi agredida de uma forma que nos faz refletir que nós, que também vivemos em um país facilmente influenciável, podemos constantemente entrar e sair do governo de Anakins impositores, que só colocam a máscara de Vader depois de empossados, e apesar da metáfora utilizando um governo fictício, Z não poderia ser mais realista, nele a esquerda é comparada a um fungo, que precisa ser eliminado antes que se espalhe, nele a esquerda foi difamada e desrespeitada, a esquerda em Z caiu, mas na vida real nós, desde séculos atrás e até agora ainda estamos aqui e sempre continuaremos em pé.
O filme ganhou o Oscar e o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro e adivinhem em qual país, que também estava numa ditadura militar, ele foi proibido? Nos créditos inicias do filme é mostrada a frase "qualquer semelhança com eventos reais ou pessoas vivas ou mortas não é casual, mas intencional." É como eu disse, ocorreu na Grécia, mas é impossível não notar que tem cara de Brasil.
Direção: Costa-Gavras
Ano: 1969
País: França e Argélia
Minha nota: 9/10
Direção: Costa-Gavras
Ano: 1969
País: França e Argélia
Minha nota: 9/10